terça-feira, 2 de junho de 2009

Ler mais sobre o autismo

- A) Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Autismo – uma perturbação pervasiva do desenvolvimento. Primeira edição. Gailivro;
- B) Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Autismo – A família e a escola face ao autismo. Primeira edição. Gailivro;
- Dr.Torrescasana, J.M (1989). Os nossos filhos – Guia dos pais para uma educação integral das crianças – Doenças e problemas do desenvolvimento. Edição número 1841. Editora Verbo, Lisboa;
- Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli (1997). Necessidades Educativas Especiais. Primeira edição. Editora Sinalivro, Lisboa;
- Hewitt, S. (2006). Compreender o Autismo – Estratégias para os alunos com autismo nas escolas regulares. Porto Editora.



Escolas para autismo

"Há cerca de 100 escolas preparadas para receber alunos com perturbações do espectro do autismo.
A notícia é esta:
«ME reforça apoio a alunos com necessidades educativas especiais O Ministério da Educação (ME) lançou diversas medidas no âmbito da Educação Especial, com o objectivo de criar condições nas escolas e nos agrupamentos para que os alunos com necessidades educativas especiais beneficiem de um apoio mais efectivo e eficaz.
Com este objectivo, o ME definiu redes de escolas de referência, destinadas aos alunos cegos e surdos, bem como unidades especializadas em perturbações do espectro do autismo e em multideficiência.
A criação de redes de escolas de referência permite uma melhor organização dos recursos humanos, materiais e didáctico-pedagógicos, essencial para responder, nas melhores condições, aos diversos tipos de necessidades destas crianças e destes jovens. Assim, a partir deste ano lectivo (2007/08), passam a existir 20 agrupamentos de referência para alunos cegos ou com baixa visão e, numa primeira fase, 22 agrupamentos num total de 72 escolas para estudantes surdos (profundos e severos), onde estes terão acesso ao ensino em Língua Gestual Portuguesa. Foi, ainda, criada uma rede de agrupamentos de escolas de referência para a intervenção precoce, que funcionará em 121 agrupamentos, com 492 educadores de infância, abrangendo cerca de 4400 crianças.
O número de unidades especializadas em multideficiência aumentou para 163, enquanto o número das especializadas em perturbações do espectro do autismo ronda as 100.
Com o objectivo de melhorar o serviço prestado no atendimento dos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, o ME apostou no reforço do número de técnicos existentes nas escolas.
Enquanto, no ano lectivo anterior, estavam nos estabelecimentos de ensino 153 terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, terapeutas da fala e formadores e intérpretes de Língua Gestual Portuguesa, neste ano lectivo esse número ascenderá aos 269 técnicos. Foram, também, criados 25 centros de recursos em tecnologias da informação e da comunicação para a Educação Especial, onde os alunos poderão contar com hardware e software adequado às suas necessidades específicas e, ainda, com materiais construídos e adaptados para estas crianças e para estes jovens.
O aumento da produção de manuais escolares em formatos acessíveis, previsto neste ano lectivo, também contribuirá para a melhoria do ensino dos alunos cegos ou com baixa visão.
Para os alunos surdos que frequentam a educação pré-escolar e os ensinos básico e secundário, será elaborado um Programa de Língua Gestual Portuguesa, língua materna das crianças e dos jovens surdos.
O desenvolvimento de um modelo de Centros de Recursos de Apoio à Inclusão no processo de reconversão das instituições de educação especial, que deverá ocorrer até 2013, permitirá proceder à transferência dos alunos que frequentam os estabelecimentos de ensino especial para as escolas do ensino regular, contando com o apoio dos recursos humanos e materiais existentes nas instituições que os acolhiam. A inclusão destes alunos nas escolas do ensino regular deverá processar-se de forma a garantir a todos os estudantes uma resposta às suas necessidades educativas em igualdade de circunstâncias.
Criação de um grupo de docência específico para os docentes da Educação Especial:
Para que os alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente possam beneficiar de um apoio mais adequado às suas necessidades específicas, o ME definiu novas regras para a colocação de docentes, que entraram em vigor no ano lectivo de 2006/2007.
De acordo com as novas regras que regem a colocação de docentes, os professores que dão apoio a alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente deixaram de ser destacados anualmente, para passarem a concorrer a um grupo de docência próprio, criado para o ensino especial.
Estes docentes passaram a ser colocados em vagas próprias, por agrupamentos, o que contribui para que haja uma melhor gestão dos recursos humanos pelas escolas. Assim, são os agrupamentos que gerem a distribuição do serviço lectivo a estes docentes, consoante as necessidades educativas dos alunos que frequentam os diversos estabelecimentos de ensino.
Com esta medida, a intenção foi estabilizar os docentes nas escolas, evitando milhares de destacamentos anuais, que colocavam em causa a continuidade do trabalho desenvolvido com estes alunos» (negritos meus)".

Julgamos importante, que os pais de crianças e jovens com autismo, em idade escolar saibam que existem apoios nas escolas, para que possam contactar o Ministério da Educação,"reclamando" os direitos e apoios para o seu filho e, perguntando quais esses direitos e apoios. A notícia acima referida pode ser lida neste link.

Autismo - viver com a diferença


Está exposta, através dos links, uma reportagem da SIC, sobre crianças autistas. Esta reportagem fala do dia-a-dia destas crianças autistas; de como as mães se dedicam e reagem com estas crianças e, de como as escolas estão preparadas para acolher estas crianças.

Parte 1
Parte2
Parte3
Parte4

Fonte: http://www.youtube.com/

Breve sumário sobre autismo

Autismo
  • Afecta 1 em cada 150 crianças;
  • Não se sabe ao certo as causas;
  • Tem uma origem genética;
  • A proporção genética é de 1 menina por 4 meninos;
  • Afecta áreas importantes do desenvolvimento;
    (como a língua, jogo e conduta);
  • São crianças isoladas;
  • Não existe cura para o autismo (apenas terapias para ajudar).
"O autismo é erradamente confundido com atraso mental, quando na realidade é um transtorno mental que afecta habilidades de comunicação e interacção com os outros. Embora muitas crianças com autismo possuem atraso mental, outros não. E alguns até têm capacidades especiais para música, matemática." in: link

Vejam este vídeo, talvez tenham uma perspectiva diferente.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Canção da criança autista




Dificuldades de aprendizagem da criança autista

Não existe tratamento médico para o autismo, existem apenas estimulações que ajudam a criança a melhorar a sua aprendizagem e comportamento.
O primeiro passo a dar para ajudar uma criança autista é identificar os sintomas. Se a criança não interagir com as outras crianças; se agir como se fosse surda; se resistir à aprendizagem; se não demonstrar medo aos perigos a que é exposta; se resistir às mudanças de rotina; se não mantiver o contacto visual; se tiver obsessão por determinados objectos ou tarefas repetitivas e, se apresentar agressividade, pode apresentar o distúrbio.
As crianças autistas têm muitas dificuldades em integrarem-se em ambientes educacionais. As dificuldades demonstradas são: dificuldade de organização, distracção e dificuldade em
sequenciar.
A organização de uma tarefa é difícil para um autista, pois requer compreensão do que se pretende fazer, e um plano para executar essa tarefa. Muitas vezes, os autistas não são capazes de executar essa
tarefa.
A distracção é um dos maiores problemas de uma criança autista, pois qualquer ruído vindo do exterior, ou mesmo do interior da sala, é motivo para a criança se desconcentrar. A identificação do que distrai a criança, é um passo muito importante, pois podemos ajudá-la a voltar à sua
tarefa.
Outro problema dos autistas é a dificuldade em sequenciar, uma vez que estes têm dificuldades em se lembrar da ordem da realização das tarefas, e geralmente nem vêm relação entre as diversas actividades. Por exemplo, não percebem bem que se desarrumam a sala, têm que a
arrumar.
Estas crianças têm dificuldades ao nível da partilha, apesar de muitas destas crianças terem aprendido em casa a partilhar com os irmãos. No jardim-de-infância, é necessário ensinar a criança a partilhar com os outros meninos (Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli; (1997); Página: 93). As estratégias para incentivar a partilha passam pelo elogio, caso ela esteja a partilhar alguma coisa com alguém, os jogos de mesa, pois ensinam a criança a ocupar só o seu espaço e a esperar a pela sua vez de jogar e o trabalho em grupos pequenos, pois ajudam a criança a ocupar só o seu espaço e a partilhar os materiais (Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli; (1997); Página: 94).
Existem várias áreas a intervir na aprendizagem da criança: definição de objectivos educacionais e avaliação, intervenção na área de comunicação-interação, intervenção na área cognitiva e intervenção nos problemas de comportamento.
Com os objectivos educacionais e avaliação, pretende-se avaliar a criança em relação à forma de aprendizagem. A criança parece saber fazer determinadas coisas, mas tem grandes dificuldades em conseguir concretizar as actividades. Como estas crianças não suportam a frustração de não conseguir realizar uma tarefa, os professores têm que arranjar estratégias para as conseguirem acalmar, por exemplo, através da música (Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli; (1997); Página: 255).
Na intervenção na área de comunicação-interação, pretende-se ajudar a criança a interagir com os indivíduos que a rodeiam. Os professores devem ter uma atenção especial relativamente a estas crianças, mas de forma a que estas entendam essa atenção dada. Devem ajudar a criança a distinguir os comportamentos e atitudes correctas e incorrectas (Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli; (1997); Página: 257). Devem, também, olhar nos olhos da criança quando falam com ela. Devem, ainda, dizer à criança qual a actividade que se segue, estimulá-la para que esta perceba que vai ser recompensada pelas tarefas realizadas de forma correcta ou pelo bom comportamento. Devem estimular a criança para aplicar os conhecimentos já adquiridos e encorajá-la a pedir ajuda sempre que precisar (Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli; (1997); Página: 258).
A intervenção na área cognitiva, consiste em ajudar a criança a conseguir reproduzir um retrato e perceber o que está a reproduzir. Procura desenvolver a atenção e concentração, tanto nos trabalhos escolares como num jogo e a compreender as regras que lhe são dadas (Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli; (1997); Página: 260).
A intervenção nos problemas de comportamento pretende ajudar a criança a perceber se o seu comportamento é o mais indicado, encorajando-a a ter um comportamento correcto, elogiando-a (Cuberos, M.D.A; Garrido, A.A; et alli; (1997); Página: 262).

Família face ao autismo

A família é o primeiro agente de socialização da criança, logo cabe à família inseri-la num meio onde se sinta bem e seja aceite (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 12).
O nascimento de uma criança autista faz surgir numa família mudanças a nível psíquico, que corresponde à sua adaptação às necessidades especiais da criança (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 16).
Quando surgem os primeiros sintomas do autismo, é demonstrada uma grande angústia por parte dos pais e, surgem logo as primeiras perguntas: “como é que isto nos aconteceu?”; “o que é que fizemos mal?”; “Haverá algum tratamento ou operação que possa ajudar o nosso bebé?” (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 16). Surge então a revolta e até a rejeição em relação ao próprio filho (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 17). Existe um período em que os pais das crianças se isolam com o filho, por receio que não o aceitem ou até mesmo por vergonha da criança (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 18). Daí a necessidade de desenvolver a aceitação e adaptação dos pais, para proporcionar à criança um ambiente de amor e carinho. Com o tempo, os pais vão aceitando que têm uma criança diferente, surgindo então o processo de compreensão e aceitação em relação à criança (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 19). Existem pais que não estimulam os filhos; que são demasiado tolerantes ou demasiado rígidos, que não comunicam com a criança e desencorajam os seus comportamentos, o que pode afectar a criança ao nível afectivo (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 17).
Existem investigações que afirmam que, de todos os distúrbios, o autismo é o que provoca mais dúvidas e dificuldades em aceitar a criança, na medida em que se trata de uma perturbação ao nível da relação social e comunicativa, logo vai impedir a relação pais/filho (B - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página: 16).
Para ajudar estas famílias, foi criada uma instituição, denominada de APPDA, que visa ajudar as crianças autistas, principalmente os familiares que os acompanham. A APPDA foi fundada em 1971 em Lisboa, com o nome de APPCA (Associação Portuguesa para a Protecção de Crianças Autistas). Em 2002, a APPCA passou a chamar-se APPDA (Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo) e as delegações formadas, passaram a chamar-se “Associações Regionais”, a APPDA-Lisboa, a APPDA-Norte e a APPDA-Coimbra, APPDA-S.Miguel e Santa Maria, nos Açores e a
APPDA-Viseu.
A direcção da APPDA-Lisboa é composta por cinco pais de pessoas autistas e são estes os cinco elementos que controlam todos os serviços, representações, projectos, programas e publicações. Esta instituição conta com a colaboração de um psiquiatra, de um pediatra, de um psicólogo e de um professor de educação
especial.
Os objectivos da formação desta instituição são: promover os direitos das pessoas com autismo, colaborando com instituições portuguesas e internacionais; promover a formação e a educação de pessoas autistas, visando a sua integração no ambiente escolar e social; dar apoio e formação às famílias de pessoas com autismo e melhorar a qualidade de vida dessas mesmas pessoas, através de diagnósticos, educação, centros de actividades ocupacionais e áreas
residenciais.

Estratégias que estimulem a criança autista

Os tratamentos para o autismo correspondem a uma estimulação feita à criança para que interaja com o meio e com as outras pessoas. Esta estimulação passa por terapias que corrigem este tipo de comportamento, nomeadamente, Psicoterapia, Ludoterapia e Musicoterapia.
A Psicoterapia consiste em sessões com um psicólogo qualificado para casos de autismo. A Ludoterapia consiste em sessões com jogos que estimulem a criança. A Musicoterapia consiste em sessões de terapia com música, também para estimular a criança.
Para além destas terapias, também podem ser utilizadas a Terapia Crânio Sacral e a Libertação Miofacial. A Terapia Crânio Sacral consiste no toque muito suave na zona da cabeça, para estimular o sistema nervoso da criança e assim aliviar o stress da mesma. A Libertação Miofacial consiste no relaxamento dos músculos do corpo. É recomendado a crianças muito stressadas, que sofrem de insónias e que são muito agitadas.
O outro tipo de tratamento é através de medicação. Esta medicação não trata o autismo, mas controla a impulsividade e a agitação e tenta combater a agressividade.
A maioria das crianças, quando vão para o jardim-de-infância, gostam de brincar e de fazer novos amigos, ao contrário das crianças autistas que preferem afastar-se e centrar-se em determinados objectos (Hewitt, S. (2006). Página: 13).
Todos estes tratamentos feitos por terapeutas ocupacionais devem ser complementados no jardim-de-infância. Com a intervenção dos pais e professores, as crianças podem ser auxiliadas para socializar com as outras crianças (Hewitt, S. (2006). Página: 14).
Devido às dificuldades demonstradas, existem estratégias para integrar uma criança autista no jardim-de-infância, e estas são: a familiarização do espaço escolar e as competências para fazer amizades.
Em relação à familiarização do espaço escolar, a criança deve ter pelo menos duas visitas ao jardim-de-infância antes de começar o ano lectivo. Na primeira visita, deve-se utilizar a mesma entrada que a criança usará quando começar a escola (Hewitt, S. (2006). Página: 17). Nesta visita, a criança deve ser levada a conhecer todos os locais que terá acesso quando começar a escola, explorando cada espaço ao seu gosto e durante o tempo que necessitar, tendo contacto com os brinquedos e materiais que vai usar. Se a criança reagir bem a esta visita, deve-se levar a criança a conhecer todo o pessoal docente e não docente que trabalha na instituição. Na segunda visita, deve-se repetir todo o processo utilizado na primeira visita. Em ambas as visitas deve-se ter muita calma e não apressar a criança, ela deve demorar o tempo que precisar (Hewitt, S. (2006). Página: 18). Quando o ano lectivo começar, é necessário apresentar a criança aos seus amiguinhos da escola para estes se adaptarem à criança autista e esta às outras crianças. Para que a criança se adapte é pertinente pedir a um ou dois pais que deixem que os seus filhos fiquem no jardim-de-infância mais ou menos 15 minutos depois dos outros meninos saírem (Hewitt, S. (2006). Página: 21). Outra estratégia a ser utilizada é deixar que a criança se despeça dos pais ao portão do jardim ou então à porta do recreio, mesmo que chorem, a criança acalma-se assim que os pais forem embora (Hewitt, S. (2006). Página: 22). Também se pode convidar os pais destas crianças a fazerem companhia aos filhos durante o tempo que estão no jardim. Para que a criança se adapte ao jardim-de-infância também podem estar presentes só no período da manhã ou da tarde, antes de ficarem a tempo inteiro. O recreio, os períodos de almoço e o lanche também devem fazer parte da familiarização, pois estas crianças precisam muito de rotinas e assim inclui-se logo estes pontos importantes (Hewitt, S. (2006). Página: 23). Um dos aspectos mais importantes a familiarizar é um local sossegado dentro da sala para que a criança se possa recolher quando achar necessário. O objectivo destas estratégias é que a criança se sinta bem e confiante no jardim, sem ter os seus pais por perto (Hewitt, S. (2006). Página: 24).
Em relação às competências para fazer amizades, é necessário um ensino individualizado de competências sociais, antes que lhe sejam apresentados os amigos que o acompanhem ao longo do tempo que estiver no jardim (Hewitt, S. (2006). Página: 24).

Conversas sobre o autismo

A palavra autismo vem do grego “autos” que significa “próprio”, ou seja, a criança autista vive num mundo que é só dela, fechando-se em si mesma.
O autismo pode ser ligeiro ou severo, atingindo maioritariamente os rapazes. Caracteriza-se por alterações no desenvolvimento da criança, evidentes nos primeiros meses de vida, que afectam a capacidade motora e a linguagem. Contudo, as crianças autistas não demonstram a sua diferença através de características faciais, uma vez que possuem um aspecto saudável.
Estas crianças manifestam quatro principais características:
Dificuldade de interacção social e de comunicação social e de imaginação;
Apresentam comportamentos repetitivos e uma resistência a coisas novas;
São muito rígidas consigo mesmas e com as outras pessoas, tornando-se agressivas se alguém as contraria;
Apresentam problemas de compreensão e interpretação, tendo dificuldades em expressar emoções e pensamentos.
As causas exactas do distúrbio do espectro autista ainda não são conhecidas, mas podem estar associadas a factores genéticos ou a doenças que afectam o desenvolvimento do cérebro do feto durante a gravidez.
Podemos distinguir três tipos de factores: os factores pré, peri e pós-natais.
Os factores pré-natais ocorrem durante a gestação do feto:
A mãe pode contrair várias doenças, tais como, a sífilis, a rubéola, a SIDA e os diabetes (Dr.Torrescasana, J.M.; (1989); Página: 60),
O consumo de álcool, de drogas, de tabaco, de cafeína e as intoxicações;
A incompatibilidade do fator Rh;
Ocorrência de hemorragias no primeiro mês de gravidez;
Gravidez de risco;
O uso de medicação (A - Pereira, M.C & Serra, H. (2005). Página:27).
Os factores peri-natais são aqueles que ocorrem durante o parto:
· Parto demorado, em que a criança fica privada de oxigénio (Dr.Torrescasana, J.M.; (1989); Página: 62);
· O bebé pode nascer prematuro, provocando danos no cérebro devido à desnutrição.
· Ocorrência de acidentes, em que o bebé escapa das mãos do médico e cai no chão.
Existem ainda, factores pós-natais, ou seja, depois do nascimento:
Devido à vulnerabilidade do bebé, este está sujeito a várias doenças, tais como, a rubéola, a meningite e febres muito altas, o que pode danificar o seu cérebro;
Ferimentos na cabeça;
Acidentes de automóvel;
Traumatismos cranianos;
Violência doméstica (Dr.Torrescasana, J.M.; (1989); Página: 61).
Quanto às características, de uma forma geral, as crianças autistas demonstram ter aparência saudável, no entanto apresentam graves lacunas ao nível social e emocional. Têm dificuldade em relacionar-se com outras pessoas, rejeitando o carinho atribuído pelos pais. Revelam, também, obsessão pelos objectos; são indiferentes ao mundo que as rodeia e apresentam hiperactividade, bem como movimentos repetitivos e estereotipados. Estas crianças têm necessidade de uma rotina, tornando-se agressivas à mínima mudança ocorrida; os jogos são sempre dentro da mesma linha, não revelando imaginação para modificar essa forma de jogar. Para além destas características, estas crianças fazem perguntas de forma repetitiva e em ocasiões inadequadas.

Autismo

Ainda não conseguimos postar o vídeo. Mas aqui fica Link para o Vídeo que encontramos sobre o autismo.